Pietro álamo

Primeira Endecha

À Lembrança

Desterro cilício!
Que me manieta,
Tortura e esperta
A anos-luz do meu vício!
 
Sem ti a meu alcance
–Sequer de um relance! –
Para mim há somente
A saudade dolente!
 
Tu foste-me a suma;
O fim de minh’alma.
Imagem tão pura
Não esfuma sem trauma!
 
O meu norte és tu!
Por teus lábios ardentes
Anseio impaciente;
C’est toi qui je veux!
 
Na história dorida
Que sei ser tua vida
Torrentes momentos
De goivos, de alentos
 
Quisera eu te dar!
Meu pulcro menino,
Inefável fascínio,
Quisera eu te dar!
 
Mas cabe-me a pena,
O calvário, a sentença
De não ver em rosto
Teu nunca um tal goivo,
 
O que a ninguém devo,
Senão a mim mesmo.
Mas meu norte és tu!
Car c’est toi qui je veux!
 
Mas é há muito a hora,
Que não vou mentir
Que a áurea da história
Está 'inda por vir,
 
De aos braços da arte,
A quem devo a glória
De tal vão enlace,
Entregar tua memória.
 
Que vão, foi e não;
De baldado, faz-se arte!
O romance malsão
Com essa ode desfaz-se.
 
Que meu norte és tu!
Por teus lábios ardentes
Arquejo sofrente
C’est toi qui je veux!
 
Pois frui esta endecha,
Que é o último adendo
Ao rosário de nênias
Que eu te ofereço!
 
Que o laivo de dor
E exíguo fervor
De um vate como eu
Se faça apogeu
 
Das mil oferendas,
Das quérulas nênias
E da rutilância
Da tua lembrança!
 
C’est toi qui je veux!
C’est toi qui je veux!
C’est toi qui je veux!
C’est toi qui je veux.
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