Tu és.
Assim,
em minha vida,
tu,
laconicamente,
és.
Assim,
inerente,
intransitivamente.
Irrelativa, imponderável,
Inconsutilmente.
Neste peso
tu és.
Nem como um braço ou um dedo,
Que inconsútil o membro, mas rúptil, frágil.
Já a tua existência, densa e invulnerável,
Já se fez, fundiu-se, fincou-se,
Teceu-se, trançou-se, intricou-se,
Enredou-se, espraiou-se, entrelaçou-se.
Escaldou-se no éter e infestou cada infinitésimo.
Não é matéria mera de estar perto.
Tu não visitas nem te vais, aparece ou desvanece.
Não há presença e ausência se não és anexo.
Não és adendo.
És cosmo. És tempo. És essência.
És, imanentemente.
És transcendentalmente.
Este é o teu peso na minha leveza.