Eu afago as águas das cachoeiras
Que caem deslumbrantes e afoitas
Sobre corpos nus dentre as moitas
À beira dos riachos e das fronteiras
Em que a poluição é tão verdadeira
Que faz perecer a vida que pernoita
À espera da brisa suave que açoita
Em derredor da paisagem parideira.
Assisto ao cortejo tétrico da corrente,
Lúgubre epitáfio da foz independente
Que jaz contaminada na hídrica fonte.
Temporário se torna o través aquático,
Perene é apenas o ser vilão e catártico
Que desarrolha a natureza que some!
DE Ivan de Oliveira Melo