Por que tão cedo me abandonaste?
Por que sou pobre e não tenho vintém?
Olha, nesta vida, ingrata, o maior bem
É tudo o que é feito com amor e arte.
Por que dizes que eu não sou ninguém?
Por que a existência não me deu um iate?
Vê, viver é uma bênção para inspirar-me
No infinito infinitesimal, é onde tudo tem.
Por que me achincalhas tão brutalmente?
Por que é no opróbio que vives e sentes?
Claro está que tua mente é de migalhas...
Simplório sobrevivo paupérrimo e no luxo,
Porque a visão do artista é ampla e é bruxo
Da inspiração e das palavras sem cascatas!
DE Ivan de Oliveira Melo