O outro lado do papel É como a manhã do amor Veste o relevo de marcas Que o tempo cobre, não apaga A inocência da folha branca
A fragrância exala Suas madeiras desbotadas Levada pelas ventosidades De saudades anacrônicas Numa existência infernal
O corpo que ora profano, ora sagra… Quer e se não, renega o desejo alh… Flutua quando cabe em si, por si s… Beija a mão de deuses desgarrados Lambe a ferida de monstros sagrado…
Certa vida quando lida Se revela nau sofrida Nem disfarce, alegoria Devolve à alma a alegria Uma mão quando estendida
Depois de tanto Te devolvo ao vento Como se folha, Pena ou asa Como se de toda sede
Lembrança dói Não a que sofre Dessa não se trata Mas da que de sorriso mata! Lembrança acende
O amor é coisa de sentir Todo dia se quer entender Toda hora se quer convencer Mas não é isso de saber É de se perder a hora
O tempo é o diabo Se arrasta feito trem carregado Quando o dia é pesado Quando a lida não para Quando o choro não sara
Presa a ânsia sem fôlego Num caixote cheio de memorias Joga a brisa úmida para fora Quente e densa, vai embora Pontas de traumas e recalques
Se bate as asas do peito Espera que o olhar aproxime Tudo em ti é desordem Ainda que o verso rime Se esconde os versos do acaso
El tu pecho dulce carne Embriagadora cama suave Selva de mis labios Perdidos y lascivos Viene en la mañana lenta